Aminoácidos
17/02/2023 Por Venus Anabol Off

Aminoácidos: O Que São, Para Que Servem, Efeitos, Uso e Alternativas

O que são aminoácidos?

Os aminoácidos são moléculas orgânicas fundamentais para a vida. Eles são os blocos construtores das proteínas, estruturas indispensáveis ao funcionamento de todas as células do corpo humano. Compostos por carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, os aminoácidos se unem por ligações peptídicas para formar cadeias de proteínas que participam de praticamente todos os processos biológicos — da construção muscular à produção de enzimas, hormônios e neurotransmissores.

Existem 20 aminoácidos considerados canônicos (ou padrão), sendo que 9 deles são essenciais, ou seja, não podem ser produzidos pelo corpo e devem ser obtidos pela alimentação. São eles:

  • Histidina
  • Isoleucina
  • Leucina
  • Lisina
  • Metionina
  • Fenilalanina
  • Treonina
  • Triptofano
  • Valina

Os outros 11 são classificados como não essenciais, pois o organismo é capaz de sintetizá-los internamente.

Para que servem os aminoácidos?

A principal função dos aminoácidos é a síntese proteica, isto é, a construção de proteínas a partir do código genético do DNA. Contudo, suas funções vão muito além disso. Os aminoácidos atuam em diversas frentes importantes, como:

  • Construção e reparação de tecidos: especialmente músculos, pele e órgãos.
  • Síntese de hormônios: como a insulina, produzida a partir da lisina e arginina.
  • Produção de neurotransmissores: o triptofano, por exemplo, é precursor da serotonina.
  • Sistema imunológico: a glutamina fortalece a ação de células de defesa.
  • Crescimento e desenvolvimento: essenciais em fases como infância e adolescência.
  • Transporte de nutrientes e oxigênio: como ocorre com a histidina, que participa da formação da hemoglobina.

Essas ações fazem com que os aminoácidos sejam utilizados tanto em áreas médicas como em nutrição esportiva e estética.

Aminoácidos na forma de suplemento: para que servem?

Os suplementos de aminoácidos, isolados ou combinados, são populares entre praticantes de musculação, atletas e pessoas com carência nutricional. Alguns dos principais tipos incluem:

  • BCAAs (Branched-Chain Amino Acids): combinação de leucina, isoleucina e valina. Auxiliam na recuperação muscular, síntese proteica e redução da fadiga.
  • Glutamina: importante para o sistema imunológico e recuperação muscular.
  • Arginina: vasodilatadora, melhora o fluxo sanguíneo e desempenho físico.
  • Triptofano: usado para melhorar o humor e qualidade do sono.
  • Lisina: fundamental para formação de colágeno, ossos e absorção de cálcio.

Os suplementos podem estar na forma de cápsulas, pó, comprimidos ou líquidos, sendo utilizados tanto para fins terapêuticos quanto para melhora do desempenho esportivo.

Efeitos colaterais dos aminoácidos

De forma geral, a suplementação com aminoácidos é considerada segura quando feita de forma orientada. No entanto, o uso excessivo ou inadequado pode causar efeitos colaterais, como:

  • Náuseas e desconforto gastrointestinal
  • Dores de cabeça
  • Desequilíbrios renais (em casos de megadoses, especialmente em pacientes com predisposição)
  • Sobrecarga hepática
  • Aumento de amônia no sangue (especialmente com BCAA em excesso)
  • Insônia ou agitação (particularmente com excesso de tirosina ou triptofano)

É fundamental que a ingestão de aminoácidos em forma de suplemento seja acompanhada por um nutricionista ou médico, especialmente em casos de uso prolongado ou com objetivos terapêuticos.

Como os aminoácidos devem ser usados?

O uso adequado dos aminoácidos depende do objetivo e da forma de administração:

  1. Na alimentação: fontes naturais incluem carnes magras, ovos, leite, queijos, leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico), quinoa, soja, oleaginosas (castanhas, nozes), arroz integral e espinafre. Uma dieta balanceada é geralmente suficiente para suprir as necessidades diárias da maioria das pessoas.
  2. Na forma de suplemento:
    • BCAA: geralmente consumido antes ou depois dos treinos.
    • Glutamina: comum em treinos intensos ou em situações de imunossupressão.
    • Triptofano: administrado à noite para melhorar o sono.
    • Arginina e ornitina: usados antes do exercício para estímulo do fluxo sanguíneo.

A dosagem varia conforme a composição do produto e a recomendação do profissional de saúde. O ideal é evitar o consumo empírico, principalmente em atletas amadores.

É possível comprar aminoácidos com ou sem receita?

A maioria dos suplementos de aminoácidos não exige receita médica para compra no Brasil. São vendidos livremente em farmácias, lojas de produtos naturais e suplementos, tanto físicas quanto online. Entretanto, há formulações específicas, manipuladas, com concentrações terapêuticas ou uso hospitalar, que podem requerer prescrição, especialmente se fizerem parte de tratamentos médicos para doenças como sarcopenia, câncer, doenças hepáticas ou renais.

Além disso, produtos registrados como “nutracêuticos” ou “alimentos funcionais” estão sujeitos à regulamentação da Anvisa, sendo necessário verificar se estão devidamente regularizados.

Existe alguma alternativa aos suplementos de aminoácidos?

Sim. A principal alternativa aos suplementos isolados é a alimentação natural e balanceada. Uma dieta rica em proteínas de alto valor biológico — como carnes magras, ovos, laticínios, soja e leguminosas — é suficiente para suprir todas as necessidades de aminoácidos na maioria das pessoas.

Além disso, a combinação de proteínas vegetais (como arroz + feijão) pode fornecer todos os aminoácidos essenciais, sendo uma opção viável para vegetarianos e veganos. Em casos clínicos, alternativas podem incluir:

  • Suplementos proteicos completos (como whey protein, albumina ou proteína vegetal em pó)
  • Fórmulas enterais ou parenterais para pacientes com dificuldade de absorção
  • Reposição de vitaminas e minerais que participam da síntese e absorção de aminoácidos (como ferro, zinco, magnésio e vitaminas do complexo B)

Conclusão

Os aminoácidos são substâncias indispensáveis para a saúde, atuando em funções essenciais do metabolismo, crescimento, imunidade e regeneração dos tecidos. Sua suplementação pode ser útil em contextos específicos como prática esportiva intensa, doenças crônicas ou má absorção intestinal. No entanto, o uso desnecessário ou sem acompanhamento profissional pode trazer riscos.

Optar por uma alimentação equilibrada, rica em fontes naturais de aminoácidos, continua sendo a forma mais segura e sustentável de manter o equilíbrio proteico do organismo. Para quem busca benefícios adicionais com suplementação, a orientação médica ou nutricional é fundamental para personalizar a estratégia, evitar excessos e garantir resultados reais e duradouros.