Diarreia
12/04/2025 Por Anabol Loja Off

Diarreia: O Que É, Causas, Sintomas, Tratamentos, Remédios e Prevenção

O que é diarreia?

A diarreia é definida como o aumento do número de evacuações diárias, geralmente com fezes líquidas ou pastosas, de forma repentina. O quadro pode durar alguns dias (diarreia aguda) ou se prolongar por semanas ou meses (diarreia crônica), dependendo da causa.

Em termos médicos, considera-se diarreia quando há três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. Embora seja comum e, na maioria dos casos, autolimitada, a diarreia pode provocar complicações graves, como desidratação, principalmente em crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido.


Quais são as principais causas da diarreia?

A diarreia pode ter múltiplas origens, sendo classificada como:

1. Infecciosa

  • Viral: Rotavírus, Norovírus, Adenovírus.
  • Bacteriana: Salmonella, Escherichia coli, Shigella, Campylobacter.
  • Parasitas: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica.

Essas infecções costumam ser contraídas por meio de água ou alimentos contaminados.

2. Medicamentos

Certos medicamentos podem irritar o trato gastrointestinal ou alterar a flora intestinal:

  • Antibióticos (alteram o equilíbrio da microbiota)
  • Laxantes
  • Antiácidos com magnésio
  • Quimioterápicos

3. Doenças intestinais

  • Síndrome do intestino irritável (SII)
  • Doença de Crohn
  • Retocolite ulcerativa
  • Doença celíaca
  • Intolerância à lactose ou frutose

4. Estresse emocional e ansiedade

Emoções intensas podem afetar o funcionamento do intestino, provocando episódios de diarreia funcional, sem causa infecciosa ou inflamatória.

5. Intoxicação alimentar

Consumo de alimentos mal conservados ou vencidos pode levar a diarreias agudas com náuseas, vômitos e cólicas.


Quais são os sintomas da diarreia?

Além das fezes líquidas, a diarreia pode ser acompanhada por uma série de outros sintomas:

  • Dor ou cólica abdominal
  • Urgência evacuatória
  • Inchaço e gases
  • Náuseas e vômitos
  • Febre (principalmente em infecções bacterianas)
  • Perda de apetite
  • Sinais de desidratação: boca seca, sede excessiva, urina escura, fraqueza

Em casos mais graves, pode haver:

  • Sangue ou muco nas fezes
  • Febre alta persistente
  • Perda rápida de peso
  • Confusão mental (em idosos)

Como tratar a diarreia?

O tratamento depende da causa. De forma geral, as medidas incluem:

1. Reidratação

A prioridade em qualquer tipo de diarreia é a hidratação adequada:

  • Soluções de reidratação oral (SRO), disponíveis em farmácias
  • Água mineral
  • Água de coco
  • Caldos e sopas leves

Evite bebidas com cafeína, refrigerantes, álcool e sucos industrializados, que podem agravar o quadro.

2. Alimentação

Nos episódios agudos, recomenda-se:

  • Dieta leve, com arroz branco, banana, maçã sem casca, torradas e batata cozida
  • Evitar alimentos gordurosos, frituras, leites e derivados (temporariamente), doces e alimentos condimentados
  • Manter refeições pequenas e frequentes

3. Medicações

Os medicamentos variam conforme o tipo e a gravidade da diarreia:

  • Antidiarreicos (uso sintomático):
    • Loperamida (Imosec®, Diasec®) – reduz os movimentos intestinais. Contraindicado em infecções com febre ou sangue nas fezes.
    • Racecadotrila (Avidec®, Hidrasec®) – inibe a hipersecreção intestinal sem reduzir os movimentos.
  • Probióticos: auxiliam na recuperação da flora intestinal. Ex: Floratil®, Lacteol Fort®, Enterogermina®.
  • Antibióticos: somente em casos de infecções bacterianas confirmadas, como salmonelose ou shigelose. A automedicação com antibióticos é desaconselhada.
  • Antiparasitários: em casos de giardíase ou amebíase.

Quando procurar um médico?

É fundamental buscar avaliação médica nos seguintes casos:

  • Diarreia com duração superior a 3 dias
  • Presença de sangue ou pus nas fezes
  • Diarreia associada à febre alta persistente
  • Sinais de desidratação
  • Crianças pequenas e bebês com diarreia (sempre devem ser avaliados)
  • Idosos ou pessoas com doenças crônicas debilitantes
  • Uso recente de antibióticos (risco de colite pseudomembranosa)

É necessário receita para comprar remédio para diarreia?

Nem todos os remédios para diarreia exigem receita médica. Veja alguns exemplos:

  • SEM receita:
    • Loperamida
    • Probióticos
    • Soluções de reidratação oral
    • Racecadotrila (algumas marcas)
  • COM receita:
    • Antibióticos (ciprofloxacino, metronidazol, azitromicina, entre outros)
    • Antiparasitários (tinidazol, secnidazol)
    • Medicamentos manipulados ou de uso hospitalar

A automedicação pode mascarar doenças graves, por isso o ideal é buscar orientação, mesmo para medicamentos vendidos livremente.


Existem alternativas naturais?

Sim. Algumas medidas e substâncias naturais podem auxiliar no controle da diarreia leve:

  • Chá de camomila: tem ação calmante intestinal
  • Chá de goiabeira (folhas): tradicionalmente usado para reduzir diarreias
  • Suco de maçã sem casca: ajuda a regular o intestino
  • Água de arroz: rica em amido, ajuda a dar consistência às fezes
  • Banana verde cozida ou biomassa: rica em amido resistente, favorece a recuperação intestinal

Essas alternativas devem ser usadas com cautela e não substituem o tratamento médico em casos moderados a graves.


Como prevenir a diarreia?

A prevenção da diarreia está principalmente relacionada à higiene e alimentação segura:

  • Lave sempre as mãos antes de comer e após usar o banheiro
  • Higienize bem frutas, verduras e utensílios de cozinha
  • Evite alimentos de procedência duvidosa ou mal conservados
  • Evite consumo de água não potável (em viagens, use água mineral ou fervida)
  • Mantenha as vacinas em dia, especialmente a vacina contra rotavírus em bebês
  • Em uso de antibióticos, associe probióticos para manter a flora intestinal equilibrada

Conclusão

A diarreia é um sintoma comum, que pode ser causado por infecções, intolerâncias alimentares, medicamentos ou alterações no intestino. Embora muitas vezes desapareça espontaneamente, é essencial estar atento aos sinais de gravidade, principalmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

O tratamento deve priorizar a hidratação e, em alguns casos, incluir medicamentos específicos. Há opções com e sem prescrição, mas sempre com orientação profissional. O uso de alternativas naturais e cuidados com a higiene também são estratégias eficazes na prevenção e no alívio dos sintomas.