meperidina
14/03/2023 Por Venus Anabol Off

Meperidina: O Que É, Para Que Serve, Como Usar, Efeitos Colaterais e Alternativas

A meperidina, também conhecida pelo nome comercial Demerol, é um medicamento da classe dos analgésicos opioides, utilizado no tratamento da dor de intensidade moderada a severa. Embora tenha sido muito popular no século XX como opção para o alívio da dor aguda e crônica, seu uso tem sido reduzido devido ao alto risco de efeitos colaterais e ao surgimento de alternativas mais seguras.

Neste artigo, você entenderá o que é a meperidina, como ela atua no organismo, em quais situações é indicada, os riscos associados ao seu uso, as precauções necessárias, exigência de receita médica, alternativas disponíveis e muito mais.


O Que É a Meperidina?

A meperidina (também chamada de petidina em alguns países) é um opioide sintético, derivado da classe da fenilpiperidina. Foi desenvolvida na década de 1930 inicialmente como antiespasmódico, mas rapidamente passou a ser utilizada como analgésico potente.

Ela atua no sistema nervoso central (SNC), ligando-se aos receptores opioides μ (mu), inibindo a transmissão dos sinais de dor e alterando a percepção da dor pelo cérebro.


Para Que Serve a Meperidina?

A meperidina é indicada principalmente para:

  • Alívio da dor moderada a severa, especialmente quando outros analgésicos não são eficazes;
  • Dores pós-operatórias, como alternativa à morfina;
  • Dores agudas intensas, como cólicas renais ou biliares;
  • Trabalho de parto, sob avaliação médica, em contextos hospitalares;
  • Procedimentos médicos dolorosos, em ambiente hospitalar controlado.

Importante: a meperidina não deve ser usada para dores crônicas ou de longo prazo, especialmente por causa do risco de toxicidade acumulada e dependência.


Como a Meperidina Funciona no Corpo?

A meperidina atua como agonista do receptor opioide μ, provocando efeitos analgésicos, sedativos e antiespasmódicos. Ao se ligar a esses receptores, ela:

  • Diminui a condução dos impulsos nervosos da dor;
  • Altera a resposta emocional à dor;
  • Produz relaxamento e leve euforia, efeito que, embora desejado em alguns casos clínicos, também eleva o risco de uso abusivo.

Sua ação analgésica começa geralmente em 10 a 15 minutos após a administração intramuscular e dura cerca de 2 a 4 horas.


Efeitos Colaterais da Meperidina

A meperidina, como todos os opioides, pode causar efeitos adversos — alguns leves e outros potencialmente graves. Os mais comuns incluem:

Efeitos colaterais frequentes:

  • Náusea e vômito;
  • Tontura;
  • Sonolência;
  • Constipação;
  • Sudorese;
  • Boca seca.

Efeitos graves:

  • Depressão respiratória (redução da frequência respiratória);
  • Confusão mental e delírios (especialmente em idosos);
  • Convulsões (por acúmulo de seu metabólito tóxico, a normeperidina);
  • Pressão arterial baixa;
  • Dependência física e psicológica;
  • Síndrome serotoninérgica (quando usada com antidepressivos serotoninérgicos).

Devido à formação de normeperidina, que não é eliminada rapidamente e possui efeito tóxico no sistema nervoso central, a meperidina não é recomendada para uso contínuo ou repetido.


Como Deve Ser Usada?

A administração da meperidina deve ser feita exclusivamente sob prescrição e supervisão médica, geralmente em hospitais ou ambientes clínicos.

Vias de administração:

  • Intramuscular (IM): mais comum, de ação rápida;
  • Intravenosa (IV): em situações de emergência, sob monitoramento;
  • Oral (menos usada devido à baixa biodisponibilidade).

Dose típica (adultos):

  • 50 a 150 mg por via IM a cada 3–4 horas, conforme necessidade e tolerância.

Duração do uso:

  • Curta, geralmente limitada a 3–5 dias, para evitar toxicidade e dependência.

A Meperidina Exige Receita Médica?

Sim. A meperidina é classificada como um medicamento controlado, pertencente à Lista A1 da Portaria nº 344/1998 da Anvisa, que regula substâncias entorpecentes e psicotrópicas no Brasil.

Para comprar a meperidina, é necessário:

  • Receita especial do tipo azul (notificação de receita A);
  • A prescrição deve ser feita por médico autorizado, com preenchimento completo e registro profissional;
  • O uso é restrito, geralmente em ambiente hospitalar.

O controle rigoroso visa evitar uso indevido, tráfico, e dependência.


Quem Não Deve Usar Meperidina?

A meperidina é contraindicada em diversas situações, incluindo:

  • Hipersensibilidade à substância;
  • Pacientes com insuficiência respiratória ou asma grave;
  • Pessoas com epilepsia ou histórico de convulsões;
  • Uso concomitante de inibidores da MAO (antidepressivos);
  • Doença hepática ou renal grave;
  • Idosos com risco de confusão mental ou delírio;
  • Gravidez e lactação (a menos que autorizado pelo médico em casos muito específicos).

Alternativas à Meperidina

Devido à sua toxicidade potencial, várias alternativas são consideradas mais seguras e eficazes para controle da dor moderada a intensa:

Outros opioides:

  • Morfina: padrão-ouro no controle da dor intensa;
  • Tramadol: menos potente, mas com perfil de segurança mais favorável;
  • Oxicodona: potente e disponível em formulações de liberação prolongada;
  • Fentanil: usado em contextos hospitalares ou em dor crônica refratária.

Analgésicos não opioides:

  • Dipirona (metamizol);
  • Paracetamol;
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como ibuprofeno, cetoprofeno e naproxeno.

Abordagens complementares:

  • Bloqueios anestésicos;
  • Fisioterapia;
  • Terapias comportamentais e psicoterapia (em dor crônica).

Conclusão

A meperidina é um analgésico opioide potente, ainda utilizado em contextos específicos de dor aguda e intensa, sob supervisão médica rigorosa. Sua eficácia como analgésico é inegável, mas seu uso tem sido cada vez mais restrito devido aos efeitos colaterais graves, risco de toxicidade neurológica e potencial para dependência.

Hoje, a preferência médica recai sobre opioides com melhor perfil de segurança, como a morfina, oxicodona e tramadol. O uso da meperidina deve ser exclusivamente hospitalar e por curto período, sempre com monitoramento.

Se você sente dores intensas ou recorrentes, procure um profissional de saúde para uma avaliação completa e segura. Automedicação com opioides pode colocar sua saúde em risco.