
Açúcar no Sangue: O Que É, Como Funciona e Qual a Sua Importância para a Saúde
O açúcar no sangue, também chamado de glicose sanguínea, é essencial para o funcionamento do corpo humano. Ele representa a principal fonte de energia para as células, e seu equilíbrio é vital para o bom desempenho de todos os sistemas corporais. Apesar de muitas vezes associado negativamente a doenças como o diabetes, o açúcar no sangue em níveis saudáveis é necessário para manter o organismo funcionando corretamente.
Neste artigo, vamos explicar o que é o açúcar no sangue, como ele é regulado, quais são os níveis normais, o que pode causar o aumento (hiperglicemia) ou a queda (hipoglicemia), os riscos associados a essas alterações, formas de controle e prevenção, e como manter esse índice sob controle.
O que é o açúcar no sangue?
A glicose é um tipo de açúcar simples que circula no sangue e é proveniente da digestão dos alimentos, especialmente carboidratos. Após as refeições, o corpo transforma os carboidratos ingeridos em glicose, que é absorvida pelo intestino e transportada pela corrente sanguínea até as células. Para que a glicose entre nas células e seja utilizada como energia, o organismo depende da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas.
Para que serve a glicose no sangue?
A glicose serve como combustível para o organismo. Ela é essencial para:
- Fornecer energia ao cérebro, que consome cerca de 20% da glicose disponível no corpo.
- Sustentar o funcionamento dos músculos durante atividades físicas e mesmo em repouso.
- Alimentar os órgãos vitais, como coração, fígado e rins.
- Participar da produção de ATP (adenosina trifosfato), que é a principal molécula de energia nas células.
Sem glicose suficiente, o corpo entra em colapso energético. Por outro lado, quando há glicose em excesso e o organismo não consegue usá-la corretamente, surgem doenças como o diabetes.
Níveis normais de açúcar no sangue
Os níveis de glicose no sangue variam de acordo com o momento do dia e a ingestão de alimentos. Os valores de referência geralmente aceitos são:
- Em jejum: 70 a 99 mg/dL
- 1-2 horas após uma refeição: até 140 mg/dL
- Pré-diabetes: jejum entre 100 e 125 mg/dL
- Diabetes: jejum igual ou superior a 126 mg/dL em pelo menos dois exames diferentes
Esses valores podem variar ligeiramente conforme o laboratório e o protocolo utilizado.
Hiperglicemia: açúcar alto no sangue
A hiperglicemia ocorre quando a glicose no sangue está acima dos níveis normais. As causas podem ser diversas, incluindo:
- Resistência à insulina (como no diabetes tipo 2)
- Falta de produção de insulina (como no diabetes tipo 1)
- Estresse físico ou emocional
- Uso de certos medicamentos (como corticoides)
- Dieta rica em açúcares simples e carboidratos refinados
- Sedentarismo
Sintomas da hiperglicemia:
- Sede excessiva
- Urina frequente
- Fadiga
- Visão embaçada
- Perda de peso inexplicada
- Infecções frequentes
Se não for tratada, a hiperglicemia crônica pode levar a complicações graves, como retinopatia diabética, nefropatia, neuropatia, doenças cardiovasculares e amputações.
Hipoglicemia: açúcar baixo no sangue
A hipoglicemia é o oposto da hiperglicemia e ocorre quando os níveis de glicose estão abaixo de 70 mg/dL. Pode acontecer por:
- Uso excessivo de insulina ou medicamentos hipoglicemiantes
- Longos períodos em jejum
- Exercícios intensos sem alimentação adequada
- Consumo excessivo de álcool
- Distúrbios hormonais ou doenças hepáticas
Sintomas da hipoglicemia:
- Tontura e confusão mental
- Suor frio
- Tremores
- Fome intensa
- Palpitações
- Irritabilidade
- Desmaio e, em casos graves, coma
A hipoglicemia pode ser rapidamente revertida com a ingestão de carboidratos simples, como suco de frutas ou balas.
Como controlar o açúcar no sangue?
A regulação da glicemia envolve uma série de estratégias que combinam alimentação, atividade física, monitoramento e, se necessário, medicamentos. As principais recomendações são:
- Dieta balanceada: rica em fibras, vegetais, proteínas magras e grãos integrais. Evitar açúcares simples e alimentos ultraprocessados.
- Exercícios físicos regulares: ajudam a aumentar a sensibilidade à insulina.
- Controle do peso corporal: a obesidade está diretamente ligada à resistência à insulina.
- Evitar picos de estresse: que podem liberar hormônios como o cortisol, aumentando a glicemia.
- Monitoramento frequente da glicose: especialmente em diabéticos ou pessoas com predisposição.
Quando procurar ajuda médica?
É importante procurar orientação médica se:
- Você apresenta sintomas de hiperglicemia ou hipoglicemia com frequência
- Já tem diagnóstico de diabetes ou pré-diabetes e deseja ajustar o tratamento
- Tem histórico familiar de diabetes
- Está com sobrepeso, sedentarismo e maus hábitos alimentares
O médico pode solicitar exames como glicemia de jejum, hemoglobina glicada (HbA1c) e curva glicêmica para avaliação completa.
Existe medicação para controlar o açúcar no sangue?
Sim. O tratamento pode incluir:
- Antidiabéticos orais: como metformina, glibenclamida, sitagliptina, entre outros.
- Insulina: em casos de diabetes tipo 1 e tipo 2 descompensado.
- Análogos de GLP-1 e outros medicamentos mais modernos, como Mounjaro (tirzepatida).
Essas medicações devem ser sempre prescritas por um profissional da saúde, com acompanhamento contínuo.
Alternativas naturais e suplementares
Algumas abordagens complementares podem ajudar no controle da glicemia:
- Consumo de canela, vinagre de maçã e berinjela em água.
- Suplementos como cromo, magnésio e ácido alfa-lipóico (com orientação profissional).
- Dietas com baixo índice glicêmico.
No entanto, essas opções nunca devem substituir o tratamento médico convencional.
Conclusão
O açúcar no sangue é um indicador vital para o funcionamento do organismo, especialmente no fornecimento de energia. Manter os níveis glicêmicos dentro da faixa ideal é essencial para prevenir complicações graves à saúde, como o diabetes e suas consequências. A boa notícia é que, com hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, atividade física e acompanhamento médico, é possível manter o controle da glicose e garantir uma vida longa e saudável.